terça-feira, 29 de janeiro de 2008

POLITICARNAVAL


Politicarnaval.
Estamos em pleno ano eleitoral e lá vamos nós para as ofertas do mercado político. Mercadorias sem muita confiabilidade, sem selo do inmetro, sem nota fiscal e sem qualquer garantia de qualidade. A moeda que o povo paga é de apenas um voto, para adquirir promessas de funções desonestas, defeitos de caráter e principalmente exatamente ao contrario de tudo o que se propõe a fazer.


É mais ou menos como se comprássemos um liquidificador que solidificasse, ou seja, a gente despejasse o suco nele e ele o transformasse em maçã novamente. Ou um ventilador que ventilasse ar quente no ambiente. Porque são essas as grandes aquisições que o povo faz quando começam a aparecer as ofertas degradantes da falsidade que ocupara nossas câmaras de vereadores e prefeituras no Brasil inteiro.


E mais uma vez o povo vai ver todas as qualidades desses produtos falsos expostas todos os dias em suas casas. Nesses momentos de promessas já antigas, todas as ruas serão asfaltadas. Nesses pouco mais de trinta dias que a mídia nos força a assistir mentiras de todas as espécies, as escolas serão remodeladas, os professores ganharam salários maiores, as crianças terão merenda escolar melhor e a vida terá muito mais qualidade


A saúde terá mais medicamento e médicos. E assim ninguém morrerá por falta de atendimento nem precisará implorar por uma consulta ineficiente de 10 rápidos minutinhos. Os hospitais serão reformados e os leitos hospitalares serão de tal monta que ninguém mais ficará sofrendo em corredores, se recuperando de feridas expostas.


Nossas ruas serão totalmente asfaltadas trazendo o conforto pelo qual todos pagam dia a dia, mês a mês, ano a ano. Os bandidos e malfeitores serão todos presos porque não existirá mais policia conivente com a criminalidade e nem juízes se vendendo a preço de banana. Serão criadas novas delegacias, e um sem número de novos policiais serão contratados.
Tudo será lindo e maravilho e o sol da liberdade em raios fúlgidos voltará a brilhar no céu da pátria novamente.


Mas como o carnaval, esse outro momento de fantasia, acaba bem no comecinho de outubro.
Geralmente numa segunda feira de cinzas. Depois do corre core do domingo de eleição.
E mais uma vez lá vai o povo levando seu voto. Só vendo o lado bom dos seus candidatos. Porque os processos que eles respondem na justiça não são divulgado. Os deslizes e a corrupção generalizada não é nem poderá ser sequer mencionada. E assim os anjos das mudanças, o exército da luta em favor da melhora e os santos homens que de um dia para o outro farão uma verdadeira revolução na vida de todos, estarão expondo suas armas, seus projetos e suas intenções mentirosas.


Tudo isso sem a contrapartida pelo menos do passado de cada candidato. Suas tramóis. Suas safadezas. Suas quadrilhas.


O final disso tudo já foi cantada em versos e todo mundo se lembra.
A felicidade do pobre parece a grande ilusão do carnaval. A gente trabalha o ano inteiro, por um momento de sonho pra fazer a fantasia, de rei ou de pirata ou jardineira. Pra tudo se acabar na quarta feira. Segunda feira no caso.

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