segunda-feira, 22 de setembro de 2008

TUDO CERTO COMO DOIS E DOIS SÃO CINCO


No reino da fantasia chamado Brasil não existe realmente contas. Existe um faz de conta que de uma hora pra outra passou a inundar a planície rasa da miséria, com um insignificante espelhozinho de água, onde todos se refrescam em ondas de prosperidade e bem aventurança. Uma alegria sem tamanho vinda de farofeiros iludidos, que aplaudem um salva-vidas que não se cansa de alardear seus feitos heróicos, todos eles repletos de falsidade e sem sucesso.

A matemática do sucesso do reino da fantasia está totalmente errada. Suas contas foram maquiadas para que ninguém perceba seus defeitos, e executada amadoristicamente com grossas coberturas de engodo, para esconder as horrorosas cicatrizes que estão estampadas na cara desse rostinho alegre e sorridente de país sólido e seguro. Mas, ao contrário do que se pensa, fazer essa contabilidade de forma real é tarefa para conhecimentos primários de matemática e de uma simplicidade franciscana.

Vejamos intimamente o que é a verdade deste momento de sonho Brasileiro, que mais cedo ou mais tarde será acordado pelo ruído do desmoronamento dessa construção tipo castelo de areia.

Somos hoje cento e oitenta milhões de pessoas nesse Brasil imenso. Desse total, aproximadamente cento e trinta mil pessoas vivem na abastança e formam o topo da nossa pirâmide social, nadando em centena de milhões de reais. Um pouco mais abaixo vem a classe B, considerada rica, inclusos aqui profissionais liberais, proprietários rurais e empresários, formando um aglomerado de dezoito milhões de pessoas. Mais abaixo ainda vem a nossa falsa classe média, com carteira assinada e outras benesses, formada por trinta milhões de Brasileiros ( dados fornecidos pelo IBGE. Descendo ainda um pouco mais nessa pirâmide social teremos os sobreviventes do bolsa miséria, cujas famílias recebem a título de esmola cerca de duzentos reais por Mês para sustentar um casal e mais quatro filhos.

Aí a conta acaba e não existem mais informações. Somando os trinta milhões de abastados, com os outros quarenta e cinco milhões de abestados - sobreviventes das esmolas do governo- e mais os dezoito milhões dos abusados da riqueza chegamos a noventa e três milhões de pessoas com rendas visualizáveis dentro do contexto. Diminuindo noventa e três milhões dos cento e oitenta milhões que formam o todo, veremos que faltam oitenta e sete milhões de pessoas sobrevivendo da contravenção, do crime, do mercado informal, da pirataria e de prestação de serviços honestos mas sem amparo legal.

É preciso entender também que os quarenta e cinco milhões de sobreviventes do bolsa família, não têm qualquer possibilidade de poupança e partem imediatamente para o consumo de suas necessidades básicas onde deixam 40% do que gastam e que retornam aos bolsos do governo em forma de impostos.

Vamos concluir informando aos esquecidos que os onze bilhões repassados pelo bolsa família vem do esforço de todos os Brasileiros. Dinheiro limpinho que nós colocamos nas contas do governo quando compramos remédios, mortadela, pão, leite ou uma simples sandália de dedo para que a infelicidade possa caminhar livre de pregos e cacos de vidro, por essa longa estrada da vida.

Em suma: mal comparando, o Brasil é como um jacaré que se alimenta do próprio rabo.

Um comentário:

Cláudia Campello disse...

Ai qto pessimismo ! bom... me convidaram à politica... vereadora ó?! mas recusei... uma andorinha só não faz verão, rs
adoro seus textos. mto bem construidos.
bjs