quinta-feira, 16 de outubro de 2008

CONSIDERAÇÕES SOBRE O AMOR.


Uma antiga dupla bem baiana de compositores– Antonio Carlos e Jocafi – compôs um samba cheio de swing cuja letra começava assim “Inofensivo aquele amor, que nem se quer se acomodou, já morreu...”. Vou começar discordando. E inicio a discordância pelo próprio titulo do samba: Desacato.

Inofensivo uma ova. O amor, quando bem vivido, e quando bem estruturado com inteligência e bom senso é realmente uma delicia. Caso contrário pode ser tornar um dos maiores problemas dos seres humanos, com inúmeras pesquisas detalhando com precisão cirúrgica todas as suas nuances.

Acontece que o amor dentro de uma visão científica não é visto com a simplicidade glamurosa que os seres humanos têm dele, cantada em verso e prosa e também na música e todas as artes. E é preciso entender um pouco mais dele, para qualquer aventura no reino mágico da paixão ou da afeição sem limite. Isto porque algumas correntes muito embasadas da ciência, reconhecem nele certo estado bioquímico, composto por drogas poderosíssimas que o cérebro libera normalmente em quantidades muito pequenas, e que , em estados de envolvimento passional são disponibilizadas em excesso.

E é preciso dizer que drogas, de qualquer origem, costumam induzir a prazeres intensos, criando uma dependência nos indivíduos que as consomem. E quem pensa que é a cocaína, ou qualquer outra substância, que provoca mudanças psíquicas quando internadas no organismo, está redondamente enganado. A cocaína é um indutor que faz com que os neurônios liberem bioquímicos muito mais poderosos do que ela, e ainda bloqueia ou retarda a reabsorção deles dentro do cérebro.

O amor é uma droga, visto por esse prisma. Um ser humano recentemente apaixonado está totalmente drogado por uma substância chamada endorfina, que não é nada mais nada menos que a morfina, só que produzida pelo nosso próprio cérebro. Nesse contexto também atuam a dopamina que é responsável pelo prazer, a serotonina capaz de mudar nosso humor, a acetilcolina que proporciona o orgasmo além da produção mais intensa dos hormônios da sexualidade.

Outra droga que se faz presente nesses momentos é uma anfetamina poderosa chamada Feniletilamine. Ela responde pelo desaparecimento de bloqueios, inibições e censuras permitindo a aceitação do estado de fragilidade que envolve a vida amorosa.

O amor é maravilhoso e muito mais sofisticado do que se imagina. Mas não é tão inofensivo quanto se pensa, e entre ele e a vida real existem mais coisas do que imagina nossa vã filosofia.

A começar pela síndrome de abstinência, que são semelhantes à falta das drogas nas dependências químicas. Perda de 30% da capacidade produtiva, depressão, ansiedade permanente, insônia, apatia, irritação, prostração e desinteresse pelo mundo.

É preciso dizer que o amor emagrece quando é plenamente realizado, e engorda quando é mal sucedido porque provoca ansiedade que leva a um ataque às calorias, para compensar a falta da endorfina no corpo.

Sem contar que os exercícios amorosos respondem pela perda de 400 ou mais calorias em cada ato sexual. O equivalente a mais ou menos uma hora de caminhada.

E mais: o mundo registra 50.000 casos de suicídios por ano vindos de paixões doentias e sem medida e aumento significativo do alcoolismo.

O amor é lindo. Um paraíso para os seres humanos. Mas nem tão inócuo quanto se imagina.

3 comentários:

Cláudia Campello disse...

Adoro essa droga chamada A M O R !
Sou dependente dela e em mim ela provoca reações incriveis... O segredo esta em saber dosar a intensidade, né??? questão de raciocinio e maturidade, rs

Tomara q vc encontre (se é q já não o tem) um amor assim... como o meu pelo mineiro!
E ai me diria; Cláudia, nunca mais quero abster-me dessa drogaaaaaaaa chamada AMOR.
Gostei do texto, mto.
bjs

Anônimo disse...

Se perguntar o que é o amor pra mim
Não sei responder
Não sei explicar
Mas sei que o amor nasceu dentro de mim
Me fez renascer
Me fez despertar
Me disseram uma vez
Que o danado do amor
Pode ser fatal
Dor sem ter remédio pra curar

Me disseram também
Que o amor faz bem
E que vence o mal
E até hoje ninguém conseguiu definir
O que é o amor

Quando a gente ama, brilha mais que o sol
É muita luz
É emoção
O amor
Quando a gente ama, é um clarão do luar
Que vem abençoar
O nosso amor
(cantora Maria Rita).

Unknown disse...

Que texto maravilhoso!! Riquíssimo!! Adorei! Mta informação. Bom mesmo!