sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

CORAGEM OU COVARDIA?


Alguém muito inteligente disse tempos atrás, que coragem é um poder interior que só pode ser usado pelos covardes, porque o valente tem nele algo inerente à sua própria classificação de valente. Pura verdade. Valente é valente. Corajoso e destemido. Isso em qualquer situação da vida. E a qualquer covardia manifesta pode perder o título e ser expulso do gueto dos intrépidos.

É por esse raciocínio que eu acho muito mais fácil encontrar um borra-botas cagão enfrentando uma situação de perigo, sem medo e sem fraqueza, do que um valente fugindo aos embates perigosos do dia-a-dia. E isso coloca a valentia em desvantagem. Nos cemitérios, por exemplo, as estatísticas mostram que os valentes ganham de lavada no escore de túmulos e jazigos, enquanto a covardia, coitada, fica humilhada em meio a tantos valentões enterrados.

E tome valentes. Corajosos que adoram bulir com a mulher alheia; corajosos que representam perigo à safadeza vigente; corajosos que andam pela madrugada sem precauções ignorando totalmente a velha premissa de que c.. de bêbado não tem dono; corajosos que namoram dentro de automóveis na safadeza desenfreada da Jorge Teixeira e outros e outros. Muitos deles não sabem nem a própria causa mortis, e só vão saber mesmo quando ouvirem o relatório pela boca do próprio capeta.

Mas não tenham duvidas. Valentia é valentia. Reconhecida imediatamente por qualquer leigo no assunto. E covardia é covardia que, na maioria das vezes faz seus titulares, carregarem pesos excessivos na cueca. Uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. A valentia é óbvia e a covardia salta à vista.

Mas e o Brasil? Como podemos classificar seu comportamento internacional que muitas vezes deixa indignada toda sua gente? Difícil. Muito difícil responder isso. Até porque por aqui o pau que dá em Chico, não dá em Francisco, existindo sempre vários pesos e várias medidas para a velha enganação do “cada caso é um caso”.

Todos se lembram dos dois atletas cubanos que, cansados da miséria e da falta de perspectiva do País, tentaram refugio no Brasil. A resposta a essa situação simples de guarida e apoio foi corajosa. Todos os brasileiros presenciaram indignados a repulsa internacional de subserviência - classificada por todo o planeta como covarde - ao velho companheiro Fidel, com a expulsão dos dois esportistas, devidamente engaiolados e repatriados num avião venezuelano.

Todos acompanham diariamente as humilhações por que passam os cidadãos deste País quando tentam entrar em alguns países da Europa. Brasileiros por lá são tratados como animais trancados em chiqueiros, sem alimentação, sem comunicação e ainda achincalhados e surrados como cachorros de rua, sem qualquer reação da Pátria amada. Reembarcam nos próximos vôos, repatriados e cabisbaixos sob argumentos frágeis e suspeições de toda ordem.

Pura covardia. Nada é feito para livrar nossa Nação desses vexames, dessas afrontas e desses ultrajes. E o pior: os europeus continuam a ser bem-vindos no Brasil, entram livremente e sem qualquer contra partida de equivalência, alguns deles em busca de mulheres que alimentam o tráfico internacional de seres humanos, crianças para adoção e outros crimes.

É claro que isso não é regra geral. E não representa da minha parte qualquer xenofobia. O fato é que precisamos colocar ordem nesse galinheiro. É preciso deixar bem claro que apenas por sermos latino-americanos não merecemos o carimbo de persona non gratas em países irmãos de sangue e de história. Alguém precisa ser corajoso como o próprio rei da Espanha o fez ao mandar com que Hugo Chavez se calasse em plena reunião da cúpula ibero-americana de chefes de Estado, no Chile.

Isso é coragem. Isso é coisa de valente. E não vai aqui nem um mérito de valores. Chaves como bom falastrão tem plenos direitos de dizer o que quiser. E quem quiser pode rebater quando quiser. O inusitado é a ocasião, é a pompa, é o contexto que envolve o importante acontecimento e que ficou totalmente surpreso com a resposta na bucha e na lata.

Estamos acompanhando hoje o irritante caso Battisti. Um indivíduo de posições ideológicas duvidosas, considerado pelos quatro quadrantes do planeta como um criminoso comum, com quatro assassinatos nas costas e uma lista extensa de assaltos e outros crimes. Esse bandido internacional acaba de receber status de refugiado político, na incompreensão de mais uma atitude que caminha ao revés da ordem jurídica do mundo inteiro.

Enquanto isso, os Brasileiros vão bancando a vida dessa inoportuna e rejeitada visita. Sim. Somos nós com nossos impostos que estamos alimentando essa figura que hoje põe em risco as relações internacionais entre o Brasil e a Itália. E o pior é que o Brasil já fechou questão nessa pendenga. O homem fica. Ninguém tira ele daqui.

Mas isso está absolutamente certo na visão do poder público nacional. Por aqui isso é o pau que rola. Os Brasileiros também convivem com dezenas de marginais condenados por crimes contra o erário público, jornalista que mata covardemente a namorada, promotor que assassina jovem na rua, Deputados pedófilos e outros criminosos comuns. Todos em liberdade.

E talvez venha daí a repulsa dos europeus aos Brasileiros.

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