quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

A NOSSA VIOLENTA IGNORÂNCIA.



Eu estou frente à frente com o site do Ministério da Justiça. Frente à frente com a resposta clara e evidente sobre as verdadeiras causas da violência que se abate sobre a inconsistência pouco inteligente do modus operandi do terceiro mundo.

Burrice que privilegia o remédio ao tratamento, sem pensar na prevenção: mais cômoda, mais eficiente e infinitamente mais barata. Parvoice que dá mais importância aos tiroteios entre polícia e bandido, sem nunca se ater às reais causas sociais profundas, que levam um cidadão à se aliar nas quadrilhas da bandidagem, retirando do meio produtivo uma juventude quase inteira de cidadãos dignos.

A página a qual me refiro bem demonstra tudo isso. Ela expõe a qualquer interessado a realidade da população carcerária Brasileira em todos os itens, e em principalmente um, que faz pensar como é estranha a imagem da incompetência dos poderes no Brasil, em relação aos seus problemas.

E são dados alarmantes. Em primeiro lugar eles mostram que 70% de toda a população carcerária do Brasil se encontra na faixa etária entre 18 e 35 anos. Em seguida deixa bem claro a razão desse aprisionamento jovem. Ele vem em outra estatística que não surpreende, visto que já é de conhecimento de estudiosos no assunto, mas nem por isso deixa de causar espécie. Números que devem ser visualizados como causa principal de toda a nossa violência, mostrando que 80% da população carcerária Brasileira não tem o nível fundamental de educação completo.

Como para pouco entendedor meia palavra basta, eu vou ser mais bondoso e, para não deixar qualquer duvida, citá-la por inteiro e em letras maiúsculas: EDUCAÇÃO. Pronto. Está aí a palavra mágica que pode abrir um novo tempo de cidadania para o Pais.

Educação que conscientize desde a infância sobre os malefícios das drogas. Educação que proponha aulas de cidadania. Educação que, ao mesmo tempo que possibilite a aculturação, proporcione também cursos profissionalizantes, retirando dos presídios jovens produtivos e aptos. Educação que quebre o tabu hipócrita da sexofobia e insira a sexualidade em letras garrafais nos quadros-negros das salas de aulas, evitando a gravidez precoce, a formação de futuros pedófilos e o contágio das DSTs.

Só a educação pode bloquear o consumo das drogas neste País. Só ela pode dar um freio nessa pouca vergonha da violência em que vivemos. Violência vinda do narcotráfico, que, em análise superficial, significa mais de 80% de todos os crimes cometidos neste Brasil imenso.

E isso é bem melhor do que entregar nossa segurança nas mãos da polícia. Policia que faz o melhor que pode, e, ganhando a miséria que ganha, é fácilmente cooptada pelos bilhões que circulam no comércio das drogas. Polícia que coloca o peito na frente dos balaços disparados pelos fuzis de ultima geração, amparados por coletes velhos e surrados revólveres calibre 38. Policia que persegue bandidos que se deslocam em automóveis importados, enquanto dirige automóveis de baixa potência e as vezes sem gasolina. Polícia identificável, e por isso mesmo morta a qualquer tempo, bastanto uma ordem do alto comando do crime.

Segurança no Brasil é bandido X polícia, onde a bandidagem anda dando de goleada. Uma verdadeira surra dada no time policial arcaico e de táticas antigas. Velhas posturas atrasadas que insiste em deixar a segurança de duzentos milhões de Brasileiros, sob a guarda de pouco mais de cem mil homens despreparados, mal nutridos, estressados e em pânico por saber que podem perder a vida a qualquer momento.

Precisamos crescer. Precisamos de novas idéias. Nova mentalidade. Precisamos da educação que retire de vez do nosso cenário o “abre-te césamo” da politicagem suja e tape de uma vez o covil dos milhares de ali babás da sujeira nacional.

Educação que erguerá nas cavernas da quadrilhagem uma escola nova, moderna e renovada com uma placa imensa bem na porta e apenas duas palavras inseridas nela: EDUCAÇÃO E CIDADANIA.

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