sexta-feira, 17 de abril de 2009

HÁ UMA PEDRA NO MEIO DO CAMINHO...


No Brasil as coisas são realmente estranhas. Parece que por aqui é o rabo que abana o cachorro e tudo acontece fora da normalidade e do bom senso. Neste grande e multimilionário País, - que hoje anda emprestando fortunas pros FMIs da vida e propondo ajuda financeira pra Itália e recebendo um não dos brios italianos – ninguém se importa com mais nada e noticiazinhas de imensos escândalos financeiros da roubalheira generalizada, já têm menos audiência que os quilinhos a mais do fenômeno (?) Ronaldo.

Eu tenho a impressão de que todo o contexto da informação Brasileira vive disso. Vive das notícias da safadeza política e da criminalidade. Hoje o mundo das drogas não está mais restrito aos seus gueto, nos bolsões da pobreza e da miséria humana sem alternativa. Isto porque, além de ter invadido todos os segmentos públicos e privados da nação, invadiu também a mídia, inundando nossas retinas tão cansadas, de miseráveis algemados sendo engolidos por camburões pretos e amedrontadores.

Cenas que retratam apenas a conseqüência da irresponsabilidade pública que, não dando atenção às causas da cooptação criminosa a qual abocanha de uma mordida só a juventude sem qualquer futuro, a mocidade ávida por griffes da moda e luxos desnecessários e ainda por imensas bacanais noturnas chamadas de baladas, e a velhice totalmente desamparada. Não há quem escape desse dinheiro fácil. Dinheiro sujo de desgraças familiares e que circula livremente sob o olhar dissimulado da segurança pública.

O mundo infame da entorpecência generalizada ganha assim cada vez mais espaço, comprando com seu dinheiro sujo e farto, espaços que antes eram considerados inabaláveis. Nossas escolas estão afogadas nessa sujeira e ensinam muito mais sobre a criminalidade do que sobre a cidadania. É delas que saem os novos dependentes químicos que, para dar sossego ao vício angustiante, começam a vida da bandidagem cometendo pequenos furtos em casa e na vizinhança. Breve estarão empunhando armas pesadas, assaltando e cometendo homicídios.

Nossos poderes estão infiltrados. Igrejas de todas as crenças. Todas as classes sociais. Homens, mulheres, raças e profissões. Nada, absolutamente nada tem escapado às garras desse potentado econômico que hoje fatura no mundo, um montante maior que o próprio PIB dos Estados Unidos.

E por aqui queremos resolver isso na instância primária da guerrinha urbana entre polícia e bandido. E, enquanto a primeira traz a tona alguns centímetros desse imenso bloco de sujeiras, o iceberg descomunal do tráfico continua impávido e incólume, suprindo a demanda que se avoluma dia a dia.

O Brasileiro é um ser estranho. Tem muito mais medo do bafômetro do que de dirigir embriagado. Contravenção de trânsito é coisa permitida, em todas as vias onde não existam policiais em vigilância. O Brasileiro acredita piamente na impunidade e, eleição após eleição, entope os cargos eletivos com safados de todos os matizes, que os ocupam pensando em ficar mais perto das gordas possibilidades de corrupção que o poder oferece. O Brasileiro tem memória curta e assim esquece em poucos meses, tudo o que deveria permanecer na memória de quatro em quatro anos.

O Brasileiro é idólatra e aplaude de pé as fanfarronices das promessas nunca cumpridas, bastando pra isso a presença física dos seus ídolos abraçando criancinhas em meio ao horário político. No Brasil quem elege é a mídia e não as propostas dos candidatos. E não importa aqui se estes tenham inúmeros processos na justiça, por improbidade, abuso de poder econômico, pedofilia, pungas ou mesmo homicídio.

Sem dúvida nenhuma o futuro Brasileiro está comprometido. Ou este povo muda suas concepções velhas e ultrapassadas, para um estágio de civilização mais avançada, onde todos serão cônscios de suas obrigações e deveres, ou será soterrado por uma avalanche de criminalidade imensa comandada apenas pelo poder econômico, sem noções primárias de humanidade e cidadania.

Avalanche provocada pelo imenso, coeso e unido bloco da corrupção - hoje já imbatível - ou por uma imensa e incomensurável pedra de crack.

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