TESTAMENTO
No chão os restos da orgia.
Chão da alma, laje dura e fria
a receber as esquisitices dos orgamos.
De um lado o interior do sujo
Do outro o âmago do mal lavado,
Jogando cada um por sua vez
seus ascos.
Um se repugna do vômito do outro
Mas se obrigam a golfa-los juntos.
Cada qual desabafa seus maltratos
suas culpas, mea culpas, pobres culpas.
Cada qual desafoga seus pecados,
vis pecados a unir corpos estranhos.
Mas por fim vão se acalmando.
Em meio as sobras escatológicas
do debate.
Tudo cheira mal em meio ao gueto.
do submundo em natureza simples.
Mas por fim vão se acalmando.
E por fim se arrependendo.
E por fim se abraçando.
E se entregando.
E novamente juntos.
Mortos, mas juntos...
...até que a vida os separe novamente.
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