terça-feira, 9 de setembro de 2008

CUIABANANDO




Parece pousar sobre ti
A perplexidade de um sol profundo,
A enfernizar demônios caminhando livres,
Pela praça da matriz.

E tudo arde, tudo queima e arde,
Sem qualquer brisa a balançar
O tédio das palmeiras centenárias.

Tudo é pesado no domingo a tarde,
Enquanto declaro meu amor à tua ausência.
Porquanto o teu calor me morde,
Eu vejo tudo vivo e tão sem vida
Que apenas um cão vadio
Atesta que respiras.

Mas no outro plano vejo tuas hostes,
Bocas mal cheirosas sorvendo teus pecados,
Línguas pegajosas lambendo feridas,
Dos anjos das falanges de Rondon.

E caminham ao lado de Joaquins Murtinhos,
Anjos puros e cândidos Marianos,
Pedros celestinos, Comandantes Costas,
Blasfemando louvas de horror ao novo.

Tudo é pesado no domingo à tarde.
E enquanto o teu calor me morde,
Eu vejo tudo vivo e tão sem vida.

Um comentário:

Cláudia Campello disse...

SIMPLISMENTE LINDO... ADOREI!!!
NOSSO CEU INFERNO CBA... AMO-A;
BJS