CRISTO, PARABENS PRA VOCE.
CRISTO, PARABÉNS PRA VOCE.
Responda sem pensar: natal lembra o que? Se a resposta foi Papai Noel, festas, bebedeira e presentes anunciados na mídia, você está absolutamente certo. Natal virou isso mesmo. Uma obrigação de compartilhar bens materiais e de consumo, com uma lista restrita de pessoas muito próximas. E isso é exatamente o que descaracteriza dolorosamente essa que deveria ser uma ocasião humana, um evento de congraçamento de toda a humanidade, para homenagear, no mínimo, um dos maiores filósofos e absolutamente correto avatar do gênero humano.
Tão impressionantemente correto que ensinou a importância de se dar a outra face perante a ofensa de uma tapa na cara.Dá pra encarar essa maluquice? Acho que não. Pelo menos eu não estou evoluído o suficiente para admitir isso. Eu e o resto da humanidade, que hoje ainda não conseguiu assimilar o ridículo da frase: amai ao próximo como a si mesmo. E como esse próximo é indefinido, eu presumo que estejam incluídos nele os ladrões do povo, os safados de todas as espécies, os hipócritas, os fingidos, os desonestos e outras espécies de animais que compõem a pocilga da espécie humana.
Você, por exemplo, em uma festa ou reunião de amigos daria guarida a uma prostituta que adentrasse o ambiente do evento para lhe dar carinho? Nem você nem eu! O correto seria um achincalhe uníssono com palavras de baixo calão tipo “rua sua vagabunda!” ou “ coloque-se no seu lugar sua p...!”.
Mas ele não. Em meio ao pânico geral, sapecou um sermão com o fogo de uma fissão atômica calando imediatamente a cultura dos mestres da época. E de todas as épocas. Uma docilidade impossível de ser repetida, que por várias vezes livrou as mulheres do tempo de agruras e machismos de toda espécie. Só pra citar um exemplo vou contar o que naquele tempo se chamava de julgamento das águas negras. Como a traição e infidelidade era inadmissível na época, as mulheres traidoras eram julgadas de uma forma simples e fatal. Em frente aos juízes elas eram obrigadas a tomar um líquido negro composto de cal virgem e veneno de naja. Se sobrevivessem elas seriam consideradas puras caso contrario morreriam como prostitutas. O resultado é que todas eram putas porque a cal dilacerava as entranhas e o veneno provocava morte em poucos segundos. Triste né? Foi contra isso que o mestre dos mestres se contrapôs, evitando que uma outra mulher fosse apedrejada em público apenas com algumas palavras sábias: quem nunca pecou, atire a primeira pedra. Caluda geral! Silêncio total! Fim do linchamento!
Que importa se era Deus ou se não era? Por mim é. Até porque ninguém dá vida a mortos e a ciência ainda não conseguiu colocar em pé um tetraplégico ou dar visão a cegueiras incuráveis. Ele conseguiu. E bastava uma palavra sua para que as tormentas e as tempestades se acalmassem. Bastava uma ordem e os peixes saltavam nas redes dos pescadores. E bastava uma vontade para que a água se transformasse em vinho e os pães se multiplicassem e alimentassem uma turba que o acompanhava constantemente.
Ele defendeu mulheres da vida e crianças. Apoiou com seriedade a velhice. Lutou pela segurança publica pregando a arma do amor, que é o tiro mais certeiro no peito da violência.
E se não bastasse, retirou a chicotadas os vendilhões do templo. Uma súcia de camelôs informais que insistiam em fazer negociatas na igreja. Os mesmos vendilhões que hoje atordoam a mídia em sua homenagem, vendendo quinquilharias e promovendo o consumo exacerbado tão próprio da tristeza e da imbecilidade moderna. Os mesmos vendilhões que transformaram a data do nascimento desse que foi o maior filósofo de todos os tempos, em comércio, em marketing e outras inoportunas idiotices.
Lembrou agora? Pois é. Natal leva essa nome porque significa nascimento. Nascimento Dele. Nascimento de Cristo. Que foi cuspido e lanhado pela sandice dos homens. Que morreu como morriam os ladrões, ao lado de dois deles em uma cruz. Que bebeu vinagre quando sentiu sede. E que ficou exposto até a morte na paga dolorosa do bem que fez.
Então é natal. Não o natal correto que serviria a prestar as devidas homenagens a uma filosofia maravilhosa, que mesmo não sendo possível por ser utópica perante a fragilidade humana, nos persegue de tocaia nos labirintos escondido das almas. É o natal da farra. Da bebedeira. Do descontrole. Da carne. Da devassidão. O natal que homenageia mais a satã e todos os demônios do que a essa tênue e delicada espiritualidade que um dia será moderna e transformará os homens. O natal do Papai Noel. Outra desmoralização feita em nome de São Nicolau que, inocentemente, distribuía prendas aos mais necessitados.
Se Nicolau soubesse disso jamais o teria feito. Um bispo nascido na província de lycia na Asia Menor que por suas benfeitorias recebe a paga do escárnio na caricatura imoral de um homem gordo a guiar renas voadoras pelo mundo virtual da crueldade humana.
Então é natal. Natal de Papai Noel que personifica uma a mais triste, cruel e torturante festa em nome da desigualdade humana.
Para mim é o natal de Cristo. O natal do nascimento Dele. Da proposta de paz. Da não violência. E que me faz entrar em retiro, e passar sozinho orando pelos meus e por todos os homens e mulheres e crianças do mundo.
Parabéns Jesus Cristo. E antes que eu me esqueça, volte logo. O mundo anda precisando de suas chicotadas.
4 comentários:
Tenho lido bastante sobre Cristo, sua vida, seus exemplos. Tenho estudado uma forma de me postar melhor diante dos homens por Ele, mas não consigo ter competencia suficiente para transcrever tudo de uma forma tão maravilhosa assim.
Parabens mano véio.
Maravilha!Li coisas a respeito do Natal, vida e morte de Jesus, patacoadas...Amigo nunca esteve tão entregue como agora no tocante ao que escreveu. Parabéns não para nós e sim para Jesus. Beijos Debora.
Essa arrepiou. Voce cada dia melhora mais. Bjos da Marcia.
Posso publicar no meu site? Prometo dar o crédito da autoria. Abraços, Jornalista Paulo Silva (Jornal do Brasil)
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