A marolinha
A bruxa está solta. A marolinha do Presidente anda defenestrando trabalhadores pra todo lado. Dá até pra ver os pobrezinhos voando de dentro das industrias para o olho da rua, depois de um ponta pé bem dado. Caem estatelados, meio em estado de choque, olhos esbugalhados, como os crucificados que blasfemam um “Pai porque me abandonaste?”. A aquisição do golzinho zero vai ter que ser adiada, e a instituição bancária o arrancará da humilde garagem a fórceps, sem mesmo saber o que fará com ele.
A alimentação familiar terá que ser contida e cortada na carne e nas mordomias desnecessárias como pacotes de bolachas, garrafas de pinga para a batidinha do final de semana, nas frutas abusivas como a laranja, o abacaxi e a melancia, no iorgurte da meninada e ainda nas verduras desnecessárias como o alface, o tomate e o gerimun.
Telefone? Nem pensar.Pobre precisa aprender que não tem esse direito. Cervejinha no buteco com os amigos? Para com isso. Aquele antigo cineminha de fim de semana? Impossivel. O melhor a fazer é investir da pirataria pra ver o filme em casa, se as prestações do DVD estiverem em dia. Se não...
Parece brincadeira, mas não é. A marolinha do Lula já anda com ares de tsunami. E pior que a própria marolinha é o proveito que as industrias estão tirando dela. Empresas que faturaram horrorores nos últimos cinco anos, e que agora respondem laconicamanete...é a crise! E mais, forçando a malemolente benevolência federal a abrir as torneiras do dinheiro público, e despejar rios de dinheiro em mãos safadas e aproveitadoras.
Estamos na ante sala do inferno. Em breve este País vivenciara a maior onda de violência de toda a sua história. E infinitamente maior do que a atual, que escancara à nossa frente crimes contra a vida por algumas dezenas de reais. O mercado promissor será o do tráfico, que hoje anda aposentando seus veteranos de trinta anos, e trocando-os por levas e levas de uma meninada sadia, mais destemida e mais sonhadora.
Os tempos, que hoje ainda estão embrulhados no pacote lacrado do futuro, prometem horrores. Dá pra antever a maior onda de desemprego nunca vista por aqui, e que, de uma traulitada só, decepou as esperanças de quatro mil trabalhadores da Embraer, considerada uma das mais robustas fábricas de aeronaves do mundo. Eles são apenas uma pequena parcela dos dois milhões que já foram enviados para a rua da amargura e das agruras da perda de postos de trabalho.
Enquanto isso, no reino da fantasia, repleto de castelos magníficos não declarados, de residências à beira do lado Paranoá, desconhecidas da Receita Federal, a gastança não tem limite. A cervejada é paga nos cartões corporativos, ou na indecência de uma verba indenizatória que devolve à pobreza dos legisladores, todo e qualquer gasto feitos em nome da dedicação e seriedade com que eles se dedicam à luta pelos anseios do povo.
Comprou perfume pra amante? Sem problemas. Carne para a churrascada nas chácaras hollywoodianas do entorno de Brasilia? Bobagem. Whiskys doze aninhos? Fica frio. Passagens para férias em Porto de Galinhas, sobre o pretexto de analisar a influência do tráfego de transatlânticos, sobre a vida dos carangueijos azuis ou dos baiacus? Ta valendo!
E assim o governo finge que não há nada de novo no front, e nós, do povo, fingimos não ver os mísseis teleguiados caindo às nossas portas, na vida minada e repleta de perigos espalhados por todas as esquinas.
Marolinha. Apenas uma marolinha. Isto porque o plano do planalto é alto. E nas alturas haverão de chegar apenas respingos, que haverão de enodoar de lama os ternos de griffe dos empoados legisladores, ministros e outros servidores eficazes da necessidade Brasileira.
Mas isso combina bem. Ternos manchados dão um toque de elegância a toda e qualquer alma suja.
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