terça-feira, 27 de outubro de 2009

PLENITUDE

E a alma a responder toda alterada:
__”Não há espaço amor, não há espaço,
Neste coração abarrotado!
Todo entulhado, em parte, de tristezas.
Horrores de lições do mundo,
E outros sofridos trastes vagabundos.

__”Até lá no fundo, bem no fundo,
Jaz em cova rasa a esperança,
Natimorta do primeiro beijo.
A semente que escarneceu
do algum futuro .”

E a alma a responder enaltecida:
__”Por cima antigas decepções, os desamores
E o lixo dos poemas mal rimados.”

__”E há ainda entre arquivos mortos,
De preces não merecidas,
Oradas em vadias madrugadas,
Dezenas de canções jamais cantadas.”

E a alma a responder toda fechada:
__”Perdão ao novo amor, passante vida.
Não há. Por aqui não há mais vaga!
Está repleto o coração. Não cabe nada!”

Nenhum comentário: