terça-feira, 22 de dezembro de 2009

NÓS, POR NÓS.


A dor se amormaça silente
E toda vida sente essa presença.
A dor que se transmuda,
Como uma flor que nasce na imundice,
Escondida na própria esquisitice
De nós, seus estranhos jardineiros.

A dor precisa estar velada.
Não deve se mostrar safadamente,
Qual a felicidade: a puta mais safada
A conviver conosco ultimamente.

Um dia a flor libertária do degredo,
Transporá gloriosa a tal divisa,
Que separa os desvividos desta vida,
- Sem nós, sem enlaces, sem saída -
Da outra parte que redige o enredo.

E entre a vida e a morte na batalha,
Aflorarão todos os segredos,
E ao perdedor será dada u’a mortalha,
Que exporá a nojenta genitália,
De onde foi gerada essa cegueira.
A cruz, a escuridão, e a canalha,
O fel, o mal, a mente insana,
O medo, o sal, e a decandência humana.
Ou a degenerescência desumana.

Nenhum comentário: