sábado, 20 de fevereiro de 2010

INSTANTÂNEO DO PASSADO


Há os que ainda lêem ícones antigos
Relembrando esses bons tempos da memória,
Sugada por um fio de fibra ótica,
E esparramada calma, no silício,
De ene à ene neureletrons quase vivos.

É lá que vai estar todo sorriso
Em outra dimensão, outro universo
Onde toda palavra de amor em prosa e verso
Será buscada quando for preciso.

Mando-te um beijo agora doce amada
Em emoções vistas hoje em pixels
Voejando soltas pelos ares
Como gaivotas eletronizadas,
Que é o que há, amor, de mais moderno

Deita-te comigo,então, distante
Fala-me em voz ilógica analógica
Que nada tem de real, muito de lúdica
Nessa high tech genética binária.

E eu te amo tanto meu amor
Que te preservo. E assim,
Meu conselho amor é que não saias.
Porque assim ausente estarás contigo,
Linda, em coloridos gigabaites.

Não se atenha a encontrar pessoas.
Cuidado ao sigilar as suas senhas.
Não deixe rastros nesse seu caminho,
Todos caminham sobre fundo falso.

Todos os passos hoje são seguidos.
Todas as dores hoje são fingidas.
Todas as flores hoje são de plástico.

Mas sorrias, vais estar sendo filmada!
Voce me sabe em seu celular com GPS.

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