domingo, 20 de abril de 2008

O QUE É ISSO?



O que perturba não é saber que ele(a) perdoou ela(e) após a traição. O que perturba é saber que, fora ele (a), todo mundo sabe que ela(e) continua traindo.


O que indigna não é saber que a justiça, por força da lei deu a ele o premio de passar o natal em liberdade com a família. Difícil de engolir é saber que ele assaltou de novo e dessa vez assassinou um pai de família.


Difícil não é entender o porque da angústia humana e do desespero que leva um jovem ao mundo das drogas e do álcool. Difícil é engulir que ele é nosso filho.


Amargo não é aceitar as imposições da lei que por suas benesses incompreensíveis deixa um assassino apenado à solta. A amargura está em imaginar a dor dos pais, vendo uma filha executada pelo motivo torpe do ciúme.


Podre não é saber as imensas e polpudas verbas que o poder usufrui. O nojento é entender a ociosidade e a ambição desmedida comprovada na pratica de inúmeros delitos contra o dinheiro suado do povo, inclusive com as famosas folhas paralelas.


Nojento não é assistir as performances da policia federal algemando e levando pra cadeia aqueles que acham que podem tudo, porque estão acima do bem e do mal. Podre é ouvir suas explicações sem nexo com argumentações esfarrapadas que nos subestima a todos.


Doído não é saber que alguém pode alugar um jatinho particular e gastar 348.000 reais para passear com a família em uma excursão pela Europa, a título de interesse nacional. A dor está em visitar o João Paulo II e ver o sofrimento causado pela ausência de espírito humano dos nossos governantes.


Desmoralizante não é votar em deputados, eleitos pra fiscalizar as ações do Governo como sentinelas ativas de todo e qualquer desmazelo ou imposição tirana, e sim saber que além pactuar com as ordens do executivo eles não se interessam por fiscalizar absolutamente nada.
O que desanima não é votar de dois em dois anos com a esperança de que um dia alguém olhe com visão humana o sofrimento do nosso povo, e sim saber que eleição após eleição os olhares vão estar voltados apenas para o enriquecimento e a ambição.


O que atormenta não é saber que puxa sacos do poder recebem polpudos salários apenas para reverenciar submissos suas lideranças. Inquietante é ver o desemprego que deságua na cooptação de nossa juventude para o mundo da contravenção e do crime.


Desestimulante não é ver uma guerra travada diuturnamente entre o poder e a educação apenas por vaidade política e sim ver um estudante terminando o segundo grau completamente ignorante e despreparado.


Impressionante não é ver um povo pobre e desassistido fazendo filas imensas nas dependências da saúde pública. Nem perceber claramente que lhes falta segurança e qualidade de vida. Nem entender que não há qualquer esperança para a educação dos seus filhos. Nem imaginar qualquer possibilidade de confortos vitais como rede de esgotos ou qualquer espécie de saneamento básico em nossas comunidades.


O que impressiona mesmo é não ter uma resposta clara que explique o porquê de - mesmo com tanto sofrimento, desatenção, impunidade, safadezas e outros ilícitos – esse povo inteiro não ter consciência da importância do seu voto e eleger inconseqüentemente os mesmos responsáveis pela carência total em que vive.


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