BONS VENTOS

Bons ventos andam soprando na pasmaceira que envolve o cenário eleitoral do Brasil. Ventos ainda tímidos que por enquanto sopram o Estado de Alagoas e que podem não ser confiáveis, pois veio de lá um dos maiores furacões de imoralidades que este País já vivenciou. Quem não se lembra do velho “Caçador de Marajás” que iniciou uma impressionante escalada política, e que imbuído da fantasia falsa de justiceiro ou super herói da moralidade, fez o Brasil inteiro engolir goela abaixo um dos momentos mais sujos que a história da safadeza Brasileira já viveu. Tão bom foi o seu “marketing” que nos obrigou a todos acreditar que era chegado um novo tempo e que daí em diante, nesse divisor de águas, nasceria um novo País bem mais íntegro do que o atual que vivemos.

E esses ventos vieram também de Alagoas e, ao contrário do que todos imaginavam, ao invés de varrer nossas sujeiras Nacionais, o que fez foi trazer novos entulhos para o nosso já entupido cenário político. Alguns imensos e gordos porque tinham o rei na barriga, como era o caso do disforme PC Farias( que o diabo o tenha). De Alagoas veio também a ordenação de Zélia Cardoso, que com sua varinha mágica de fada da reconstrução econômica Nacional, promoveu desgraças de toda ordem e a maior quebradeira daqueles que confiavam em suas poupanças, como um porto firme para ancorar planos e projetos futuros.

Mas uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. Os tempos eram outros. O contexto era outro. E a despeito da inocente credulidade Nacional continuar a mesma, hoje se vê no Brasil uma perspicácia maior que não mais admite golpes desse calibre. Mas não fica descartada a possibilidade do nosso cândido eleitorado cair novamente nas artimanhas e promessas eleitoreiras de candidatos a vereadores. Mesmo daqueles que em passado recente foram acusados de enfiar a mão em verbas públicas que não lhes pertenciam.

Hoje os bons ventos vêm acompanhados de palavras. E palavras de um Desembargador Alagoano que, do alto da Presidência do Superior Tribunal Eleitoral daquele Estado – se muito não me engano -, declara a quem interessar possa, que os juízes eleitorais daquela unidade federativa estão orientados a indeferir o pedido de inscrição de todo e qualquer candidato que responda a processo criminal, cível ou improbidade administrativa.

Quando eu li meu queixo quase caiu. E de pronto comecei a fazer alguns cálculos. Se a moda pega de cara tiraria do páreo 74 Deputados Federais com pendengas na justiça, inclusos aí alguns dos maiores partidos Brasileiros. Mas a bonança vai mais longe, porque se tais ventos suaves tomarem força em meio ao clamor ascendente que formam as nuvens tempestuosas da indignação geral, muitos governadores seriam excluídos de novos embates políticos. E Mais ainda: no mínimo 40% do Poder Legislativo de todo o Brasil penduraria suas chuteiras.Todos por mau comportamento e com o merecido cartão vermelho.

Tomara que os bons ventos alagoanos se tornem poderosos. Tomara que se transformem em ciclones e furacões capazes de jogar por terra a empáfia e a ambição dos que se acham todo-poderosos e de arrastá-los definitivamente pro lixo do ostracismo de onde jamais se soerguerão.

Mas enquanto esses bons ventos não tomam corpo e se transformam em uma tempestade avassaladora nós podemos muito bem fazer a nossa. Se cada um dos Brasileiros der um pequeno sopro, fazendo sumir da urna eletrônica a sujeira que de há muito vêm manchando todos os nosso votos, o efeito será o mesmo. O povo é mais que um Presidente. È mais que um Senador. È mais que um Deputado. È mais que qualquer Desembargador.

Que bons ventos nos levem a todos nas próximas eleições.