segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

A NOSSA FELIZ BAGUNÇOCRACIA


Podemos não ser o maior País do mundo, mas, sem dúvida nenhuma, somos o mais criativo.

Não ainda. Mas isso é uma questão de meses, de acordo com análises sérias feitas pelo Le Monde e por toda a mídia internacional.Principalmente a dos países que têm polpudos negócios com o Brasil.

Nesse passo, penso que até outubro deste ano já estaremos bem próximos disso.E isso se deve a alguns fatores visíveis e perfeitamente detectáveis.

Em primeiro lugar vem o fato de sermos socialistas, mesmo internados nas agruras do capitalismo selvagem e desumano.

Eu, por exemplo, que devia ter 40% a mais de todo o meu patrimônio, - mais curto que coice de porco – vivo a mais extenuante alegria em ser um fiel socialista, chamado de contribuinte pela Receita Federal, para não despertar a ira dos militares.

Toda vez que compro um kg de arroz, por exemplo, estou contribuindo com aproximadamente 400 g, em dinheiro vivo pra alimentar os mais necessitados que eu.

E isso não é só no arroz não senhor. É em tudo. Bastou eu tirar alguns reais do bolso, seja pro que for, e minha contribuição estará garantida.

Eu até não me incomodo muito com isso. Porque sei que com essas “contribuições” estou comprando um pouco de felicidade e qualidade de vida.

Ando pelas ruas sossegado, ciente de que vivo num país seguro. Posso sofrer um piripac a qualquer momento que, em segundos, serei atendido por médicos altamente especializados e levado para um hospital onde serei tratado com dignidade e respeito.

Fico feliz com a ajuda desse meu pequeno dinheirinho, que, - contando com INSS, imposto de renda e outras maravilhas da criatividade brasileira - ultrapassam a casa dos 50% do que ganho.

Assim estarei remunerando condignamente os professores das escolas públicas, reformando seus próprios e proporcionando aos meus filhos uma educação primorosa, de fazer inveja a qualquer demoracia capitalista.

Com o socialismo moderno do meu País eu penso que sempre estarei contribuindo para manter as cidades limpas, com policiais educados pelas ruas,- muito bem pagos para não se deixarem corromper com facilidade - e outras imensas felicidades.

Por aqui, neste meu tão original País, termos como esquerda e direita não existem. Eu que sempre pertenci à direita democrática, posso muito bem saltar pra esquerda socialista sem que haja qualquer alteração no entendimento de todos.

E mais. Se alguém chama alguém de esquerdista, com sentido pejorativo e apenas pra ofender, basta o ofendido dar um pulinho e pronto. Ele vai estar no centro e imediatamente livre de qualquer acusação imprópria.

A criatividade é tanta que as vezes, os apoiadores do nosso imperador do marketing, são pegos de surpresa quando alguém diz que está sendo implantado o socialismo no Brasil.

A defesa é imediata. E vem acompanhada de raciocínios lógicos como “ ... a verdade é que estamos implantando práticas socialistas dentro do capitalismo, porque as idéias socialistas, no seu todo, são inviáveis”.

Assim lá vamos nós misturando tudo. Criando uma nova fase da história que brevemente poderá ser denonimada de pós-ideológica.

O non sense geral, onde a vagabundagem corrupta se une à honestidade de uma esquerda impoluta e ambos alardeiam seus feitos em prol de toda a humanidade.

Eu por exemplo nem sei mais o que sou. E nem quero saber. Talvez seja apenas um neobobo capitalista, ou reacionário anti-comunista, ou mesmo um legalista indisposto com seu País entregue em mãos de ratazanas.

Não importa.

O que eu sei é que o melhor lugar do mundo é aqui e agora – como já disse um ex ministro mucholoko.

Uma país que cria uma novidade neste planetinha: a bagunça as vezes se presta pra por ordem nas coisas.

Ninguém é de ninguém e cada um que cuide de si, antes que o morro desbarranque.

Porque depois poderemos estar ocupados frente às câmeras das desgraças de terceiros.

Um viva à bagunçocracia Nacional!

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